RÁDIO

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Paraibanos passam fome e racionam água por causa de seca no Sertão

As regiões do Cariri, Curimataú e Sertão da Paraíba são as mais afetadas pela seca que atinge o estado e registraram 62% abaixo da média histórica no seu período chuvoso, que é de 1.880 milímetros no somatório das três regiões. Entre fevereiro e maio, a análise da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa-PB) constatou que o Alto Sertão ficou 48,6% abaixo da média, o Cariri/Curimataú registrou menos 78,9% e o Sertão com 58,7% inferior ao índice histórico de chuvas.

O homem e o gado lutam pela sobrevivência em uma das secas mais rigorosas dos últimos 30 anos na Paraíba, segundo os agricultores. Os cadáveres e ossadas dos bichos mortos de fome e sede acumulados nas estradas chegam a formar cemitérios de animais a céu aberto no Sertão do estado. Quase dois milhões de paraibanos sofrem com a falta de comida e o racionamento de água e muitas vezes tiram do próprio sustento para a sobrevivência dos animais.

Este é um dos retratos da seca que afeta os nordestinos. Na zona rural de Monteiro, no Cariri do estado, a agricultora Helena Deodato da Silva mora há mais de 40 anos no sítio Várzea Limpa. 'Dona Deló', como é mais conhecida na região, tem 77 anos e sobrevive graças à ajuda de vizinhos. Com o que resta de esperança, ela aguarda a chegada chuva


A torturante rotina da idosa se estende desde o início do ano. A plantação está deserta onde antes havia apenas alguns pés de palma. “Seca igual a essa eu nunca enfrentei, porque antes tinha pelo menos algo para dar aos bichos. A última chuva na região foi em fevereiro, de lá para cá nem um pingo caiu. Por isso a gente não tem mais nem palma sobrevivendo nesse sol e nem consegue plantar nada porque não dá. Os vizinhos de vez em quando me ajudam. Me deram esse mandacaru, estou capinando ele para retirar os espinhos e dar ao gado”, contou a agricultora.

Seus animais estão morrendo lentamente, três já se foram somente nos últimos meses, e em seu terreno não nasce mais nada que possa servir de ração para o gado. “Tenho que ter esperança de chuva. Se não escapar dessa vez, minha vida termina por aqui. Não vou sair da minha terra. Só saio direto para o cemitério”, garantiu.

O G1 viajou 1,5 mil quilômetros cortando o interior da Paraíba, percorreu 7 cidades e acompanhou o sofrimento de paraibanos que enfrentam a seca vivenciada por habitantes dos 195 municípios que estão há quase um ano em situação de emergência, devido à estiagem.

Criadores esperam até três meses para conseguir uma única saca de ração para o gado nos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo a superintendência do órgão, existe uma conjuntura de dificuldade em âmbito nacional que dificulta o socorro aos agricultores e o racionamento de grãos não tem previsão de fim. Enquanto a maioria convive com a escassez das chuvas, o açude de Coremas, maior reservatório de água do estado, esvazia sua capacidade e está de comportas abertas para o abastecimento do Rio Grande do Norte, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs).

Poços artesianos, raros açudes particulares já enlameados e carros-pipa ajudam a abastecer as comunidades. No solo ressecado, nem mesmo a palma forrageira, planta cáctea que se desenvolve na mais rigorosa das secas, está sobrevivendo. Com a falta de chuvas, agricultores na região de Patos estão dando ao gado para beber água de esgoto, oriunda do rio Espinharas.

Na zona rural de Conceição, no Sertão paraibano, pequenos açudes particulares garantem a subistência de 18 mil habitantes. “Todo mundo em Conceição vem buscar água no meu açude. Já secou muito e não tem outros. Vou esperar até o fim do mês ajudando porque gosto de todos, mas não ganho nada com isso. Quase não tem mais água nem para minha família e não vou deixar que continuem pegando água até que chova de novo, não posso fazer nada”, disse o agricutor Manoel Tavares de Menezes, de 78 anos, morador do sítio Lagoa Nova.

Um dos açudes que abastece o município de Monteiro, no Cariri do estado, está com apenas 1,6% da sua capacidade. “Esse açude só sangrou em 1986, no ano em que eu nasci. Até semanas atrás ainda vinha carro-pipa buscar água, mas agora só tem lama e ninguém tira mais nada”, agricultor Ricardo Gonçalves, 26 anos, sobre o reservatório.

Meteorologia

De acordo com a Aesa-PB, as regiões do Cariri, Curimataú e Sertão do estado são as mais castigadas pela estiagem. As chuvas registradas de fevereiro a maio foram 62% abaixo da média histórica. “Entre fevereiro e maio, a análise constatou que o Alto Sertão ficou 48,6% abaixo da média, o Cariri/Curimataú ficou 78,9% abaixo e o Sertão com 58,7% inferior ao índice histórico”, afirmou a meteorologista Marle Bandeira.

A fraca precipitação pluviométrica é comparada à intensa seca registrada em 1998, quando o clima paraibano foi afetado pelo fenômeno 'El Niño' e foi registrado 70% abaixo da média histórica. “As condições eram diferentes. Em 2012, foram as condições do oceano Atlântico Sul que estava com águas mais frias que a média. Com isso houve o desvio negativo de chuvas”, pontuou a especialista. Em dezembro a Aesa realiza reunião onde irá elaborar previsão climática para 2013.


Fonte: Fonte: G1

Cássio vai a festa de Ricardo e afasta boatos sobre rompimento; 'estamos juntos, governador', diz tucano

Cássio Cunha Lima (PSDB) e Ricardo Coutinho (PSB) estão sempre jogando a isca para os adversários da campanha de 2014.

Neste domingo (25), Cássio surpreendeu o amigo governador e foi a festa do apagar do 52º vela de Ricardo.

A próxima disputa eleitoral não é entre eles. Só o governador é candidato a reeleição. Para quem está apostando no rompimento político entre eles, é bom começar a tirar o cavalo da chuva. A relação entre os dois principais lideres da política paraibana é a melhor possível. Cássio e Ricardo estão jogando isca para os adversários.

Muitos pensam que estão distante um do outro. Nada disso, afiados politicamente como na campanha vitoriosa de 2010.

Pela enésima vez, levaram as plumas à fogueira, numa aposta pela unidade. Um interlocutor do blog passou a seguinte informação no momento em que Cássio chegou a festa de aniversário e disse: “Vamos estar juntos governador”. Uma espécie de presente de aniversário a Ricardo Coutinho.

Fonte:
Marcone Ferreira

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Água potável vira artigo de luxo em municípios castigados pela seca e tem reajuste de até 100% no preço.

Famílias carentes sofrem na Região do Vale do Piancó
O prolongamento da estiagem criou um comércio lucrativo de água nas cidades atingidas pela estaiagem. Um caminhão pipa chega a custar R$ 200, o dobro do que custava antes do período sem chuvas

A seca e o baixíssimo nível de armazenamento nos reservatórios que abastecem os municípios paraibanos fizeram com que o preço da água potável disparasse no interior da Paraíba. A venda do produto se transformou num negócio lucrativo, tanto para o comércio formal, no caso da água mineral, como no alternativo, feito por comerciantes oportunistas que entregam água nas comunidades rurais mais afastadas das cidades. No caso da água mineral, um garrafrão de 20 litros chega a custar mais de 62% do que seu preço normal.

Com venda e lucro garantidos, por tratar-se de um item de necessidade básica em falta, o preço de um carro pipa cheio chega a R$ 200 em algumas regiões do Sertão e em municípios do Vale do Rio Piancó, onde a estiagem é mais agressiva. Em outras regiões castigadas pela seca, como o Cariri paraibano, a situação também se repete. A forma mais vendida, a lata simples, custa R$ 1,50. Mas existem disponíveis também caminhões cheios para abstecer caixas e até cisternas.Nesses casos, a qualidade da água não é garantida pelos fornecedores.

Em comunidades carentes, como é o caso da Vista Alegre, na zona rural do município de Pedra Branca, agricultores se juntaram para adquirir água para abastecer as cisternas. As famílias dizem que no local não chega água distribuída pelo poder público e a única maneira que resta é juntar o pouco dinheiro que têm para comprar água. "Nós conseguimos comprar a R$ 100, mas depois de muita negociação. O preço que pedem por aqui é R$ 200", contou o agricultor Adenilson Nicodemos da Silva, de 74 anos.

Ele disse que conseguiu colocar água na cisterna do sítio Tabuleiro, de sua propriedade por R$ 100 que dará para o consumo da família dele e de um irmão por cerca de 30 dias. "É a alternativa que nos resta. Temos um poço artesiano aqui perto que poderia abastecer as famílias da comunidade, mas a bomba está quebrada e não temos condições de pagar para consertar ou comprar outra", lamenta.

Na mesma comunidade, um grupo de dez famílias também teve que adquirir a água de uma caminhão pipa particular, mas a quantidade só dará para oito dias. Aquelas famílias que têm mais recursos ajudam as mais pobres e que não têm condições de contribuir para a compra da água. Como é o caso da família de dona Damiana Basílio, formada por sete pessoas.

"Nós estamos vivendo com muita dificuldade. Eu, por exemplo, não tenho como sobreviver com a roça porque quando não chove não tem o que colher ou vender. O único recurso que temos é R$ 189 que recebemos do Bolsa Família", conta a agricultora. Ela disse que quando recebe o dinheiro do programa do Governo Federal compra de feira para dar de comer a cinco filhos durante todo o mês. São sete pessoas dependendo exclusivamente dos poucos recursos do Bolsa Família para sobreviver e não tem condições de contribuir para a compra de água, por isso recebem o líquido dos vizinhos que se unem e se ajudam entre si.

A quantidade de água comprada que entra nas cisternas, no entanto, não dá para os animais. dona Damiana contou que terá que soltar uma jumenta que possui porque não tem como alimentá-la e matar a sede do animal que está prestes a parir e terá um fim triste se tiver que ser solta na caatinga. "O que eu posso fazer é pedir ajuda a todos. Quem puder me mande comida e água porque nossa situação é de tragédia", clamou a agricultora.

(A água está sendo oferecida em latas, tambores e até carros pipas)
Em Monteiro, no Cariri, o preço da água mineral disparou de R$ 4,50 para R$ 7,00. "E ainda assim quando encontramos porque está sempre faltando", contou a dona de casa Francisca Marinho. Ela disse que maioria dos estabelecimentos, a água acaba poucos dias depois de chegar, porque a procura é grande e o preço ficou alto. Por isso, ela acabou aderindo à compra de água na porta da casa dela, no sítio Tingui, zona rural do município.

A estiagem e a falta de planejamento dos gestores para lidar com o problema fazem surgir um comércio paralelo de água que não é mineral e que não traz garantias de qualidade. Ela é vendida geralmente em tambores de 150 litros e custa em média R$ 18,00. O produto vendido clandestinamente é usado principalmente para o consumo humano e para cozinhar.

"Se for usada somente para cozinhar e beber, a água de um tambor dá para 8 dias. Caso precise para lavar roupas e limpar a casa temos que gastar mais", contou Dona Francisca.

(O tambor de água custa em média R$ 18)
Um comerciante de água, que não quis se identificar, contou que além do tambor ele vende o produto em lata para quem quiser comprar em menor quantidade. A lata custa em média R$ 1,50. Ele disse ainda que vai buscar a água para vender no município de Ibirim, em Pernambuco, que fica a 110 quilômetros de Monteiro. Com o aumento da procura, ele está trazendo mais de 20 tambores de 150 litros, que acabam em poucos dias. No município de Bernardino Batista, no Sertão do Estado, encher uma caixa dágua custa até R$ 50,00. Um negócio considerado lucrativo para o senhor Antônio Roberto. Ele disse que vai buscar água no município de Cajazeirinhas e traz para vender em Bernardino Batista (a 210 quilômetros).

Com o prolongamento da estiagem, o número de vendedores de água vem aumentando. "Que eu tenho conhecimento são dez caminhonetas que trazem água para vender aqui, mas acredito que a concorrência é muito maior", contou o comerciante.

Além de pesar no bolso num momento em que a situação financeira está mais difícil por conta da estiagem, o consumo de água de procedência duvidosa deve ser evitada por recomendação da Vigilância Sanitária, pois ela pode trazer riscos para a saúde. Caso não tenha opção, a recomendação é ferver e filtrar a água antes de consumir.

Os agricultores que não querem ou não têm condições de comprar água em Bernardino Batista têm que andar quilômetros para pegar água em poços que ainda armazenam o produto. Como é o caso do agricultor Ailton Francisco de Andrade. Ele contou que anda pelo menos dois quilômetros diariamente para buscar água para usar em casa.

A água que encontra, geralmente é de péssima aparência, mas não se pode reclamar quando a escassez predomina. "A nossa situação está muito difícil. Só Deus para nos ajudar, porque não há mais esperança que a ajuda venha dos homens", desabafou o agricultor.

Na Paraíba, segundo levantamento da Agência Executiva Estadual de Águas (Aesa), os mais de 120 mananciais que abastecem os 223 municípios dispõem, atualmente, de 42% de suas capacidades de armazenamento de água.

O secretário de Infra Estrutura da Paraíba, Efraim Moreaes, disse que o Estado dispõe 249 carros pipas que abastecem aqueles municípios onde a distribuição de água do Exercito não chega. São 197 cidades com decreto de estado de emergência e conforme Efraim nos municípios que não havia carros pipas distribuindo água foram destinados três veículos.

Nos que tinham um só carro, foram disponibilizados mais dois e onde tinham dois carros foi destinado mais um para que nenhum município ficasse com menos de três carros pipas disponíveis para a distribuição de água.

Quanto aos carros pipas particulares que estão vendendo água, o secretário pediu para que os agricultores anotassem as placas dos veículos para uma eventual investigação com o objetivo de saber se eles são particulares mesmo ou se são aqueles que estão a serviço do Exército ou do Estado.

"As informações serão enviadas para o Comitê Estadual de Fiscalização das Ações de Convivência com a Estiagem para que as denúncias sejam investigadas", concluiu o secretário.

Fonte: Por Luciana Rodrigues com colaboração de Padre Djacy Brasileiro, Peterson Santos e Nilo Batista

Salário mínimo previsto para 2013 é aumentado em 4 R$ e ficará em R$ 674,95 a partir de 1º de janeiro


 

O salário mínimo que estava previsto para ser de R$ 670,95 terá um acrescimo de R$ 4 e passará a ser de R$ 674,95 para vigorar a partir de 1º de janeiro. O acrescimo refere-se à atualização dos parâmetros macroeconômicos enviados hoje (21) pelo Governo Federal ao Congresso.

Os cálculos do governo elevaram de 5% para 5,63% a previsão de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para 2012, um dos índices usados para o cálculo do reajuste do valor do mínimo.


O novo índice será usado na proposta orçamentária para 2013 em análise na Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Pelos cálculos do Ministério do Planejamento, a elevação de 0,63 ponto percentual do INPC terá impacto de R$ 1,243 bilhão nos gastos com benefícios previdenciários e assistenciais vinculados ao salário mínimo, como aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), seguro-desemprego e abono salarial.

A atualização manteve o crescimento real do produto interno bruto (PIB), para 2013, em 4,5%, mas rebaixou de 3% para 2% o crescimento deste ano. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabelece que o Executivo envie a atualização dos parâmetros da economia. Os números são usados na avaliação da despesa e da receita para o próximo Orçamento.


Fonte: Agência Brasil

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