
No início da tarde, em entrevista no Palácio do Planalto, a presidente disse que não falaria mais sobre juros para não dar base à "especulação".
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiuelevar a taxa de juros de 7,25% para 7,5% ao ano, a primeira elevação da Selic desde julho de 2011, quando a taxa subiu de 12,25% para 12,5%.
No
discurso, que abriu o 2º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento
Sustentável – Desafios dos Novos Governantes Locais, promovido pela
Frente Nacional de Prefeitos, Dilma afirmou que o país precisa crescer
“num ritmo acelerado”, antes de fazer o comentário sobre a variação da
taxa de juros.
“Este
país tem de crescer acelerado. Para ele crescer acelerado, ele tem que
ser competitivo. Daí porque fizemos um grande esforço, do início do
governo até hoje. Primeiro, nós reduzimos os juros brasileiros para
patamares aceitáveis. Reduzir os juros para patamares menores não
significa que ele não suba e não desça, não suba e não desça. Ele vai
continuar subindo e descendo, mas ele vai fazer isso num nível mais
adequado para os padrões internacionais e portanto mais competitivo”,
declarou.
A
presidente também também defendeu o controle da inflação e pediu aos
prefeitos uma “gestão eficiente” porque, segundo ela, nenhum país do
mundo virou um país desenvolvido sem que se tornasse "crescentemente
mais eficiente". "Isso é um esforço de cada um de nós”, declarou.
A
presidente disse que é “obrigação” do Estado ajudar os municípios a
manter seus programas sociais, mas disse que precisa cumprir a Lei de
Responsabilidade Fiscal e garantir que a inflação “esteja sob controle”.
“Eu
cumpro a Lei de Responsabilidade Fiscal e garanto que as contas fiscais
brasileiras sejam estáveis. Eu tenho de garantir também que a inflação
neste país esteja sob controle. Então eu tenho um orçamento dado e
regras bem claras. Não posso criar despesa sem apontarreceita, e isso cria para o governo federal regras bem claras de gestão dos recursos públicos", declarou.
Ela
também destacou o fato de ter desonerado a folha de pagamentos de
diversos setores e afirmou que o Brasil tem um dos menores níveis de desemprego do mundo, atualmente em 5,7%.
“Esse menor nível de desemprego no mundo permite também que tenhamos hoje ummercado pujante,
uma demanda imensa no setor de serviços e permite também que nos
tenhamos junto o controle da inflação, o fato de termos um país
fiscalmente estável”, afirmou a presidente.
Parcerias
Dilma
disse que o governo ganhou uma “imensa capacidade” de se relacionar com
os estados de forma republicana. Segundo ela, no passado, “se olhava
muito para que time torcia o prefeito, o governador ou o presidente da
República ou de que partido ele era”.
“Esse
relacionamento de forma republicana é algo que só engrandece os agentes
públicos aos olhos do país e isso de fato é fazer política com P
maiúsculo. Isso é o que significa de forma efetiva utilizar os recursos
públicos”, declarou.
Dilma
defendeu a parceria entre governo federal e municípios no cadastramento
de beneficiários do Bolsa Família, na construção e custeio de creches e
no combate ao crack.
“Vocês
podem ter certeza que vocês terão um governo propenso, disposto e
interessado em parcerias”, disse aos prefeitos. “Queremos melhorar, com
obras de mobilidade, de saneamento e de habitação, o perfil das cidades
brasileiras”.
A
presidente defendeu a construção de metrôs nas grandes capitais e falou
sobre o que o escritor Nelson Rodrigues definiu como “complexo de
vira-lata”.
“O
complexo vira-lata é o fato de acharmos que não merecíamos muitas
coisas. Isso explica porque nós não tenhamos uma estrutura de metrô como
muitos outros países têm, porque diziam que isso não era adequado para o
Brasil”, afirmou.
FONTE: g1.globo.com
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