O Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 145, de 2011, de autoria do
senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) foi rejeitado – por 12 votos a 6 – na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A proposta pretendia instituir
o sistema eleitoral majoritário nas eleições para as câmaras de
vereadores nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O voto em
separado lido pelo senador Cássio Cunha Lima suscitou um debate que
resultou na rejeição do PLS. A decisão final poderá ser dada pelo
Plenário, pois o autor da proposta anunciou que irá recorrer a essa
instância.
Entre os argumentos apresentados por Cássio para ser contrário à
proposta estão a quantidade de votos descartados no sistema uninominal
(em oposição ao proporcional atualmente em vigor no país) e a
delimitação dos distritos, que beneficiaria determinados partidos e
candidatos em detrimento de outros.
De acordo com o senador, no sistema majoritário, especialmente quando
este se realiza em apenas um turno, existe a possibilidade de a minoria
dos eleitores vir a formar a maioria do legislativo em disputa.
“Como a quantidade de eleitores de cada distrito nunca é exatamente a
mesma, a maioria pode ser conseguida com vitórias nos distritos com
menos eleitores, embora a soma total dos votos favoreça a alternativa
apontada como minoritária pelo sistema majoritário”, argumentou Cássio
durante a leitura do voto em separado. De acordo com o senador
paraibano, existe ainda uma tendência de que o voto majoritário
uninominal possa levar as disputas políticas ao bipartidarismo.
“O sistema proporcional é o mais adequado às condições modernas de
vida, enquanto o voto majoritário cabia em sociedades mais tradicionais,
com pouca difusão da informação, nas quais os vínculos pessoais,
fundados na vizinhança, eram a principal fonte da confiança política
entre representantes e representados”, finalizou.
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