A
juíza Thaís Khalil, que em 18 de junho determinou a suspensão dos
pagamentos da Telexfree, está sendo ameaçada de morte. De acordo com as
informações do Ministério Público do Acre (MP-AC), anônimos também
prometeram matar os filhos e o marido da juíza. As ameaças foram por
e-mail, telefone e Facebook.

A
Telexfree, nome fantasia da Ympactus Comercial LTDA, informa usar o
marketing multinível para vender pacotes de telefonia por internet
(VoIP, na sigla em inglês). Os divulgadores ganham dinheiro não só com a
venda do produto, mas também por indicar outros promotores para rede.
O
Ministério Público acredita que a maior parte do faturamento vem das
taxas de adesão dos divulgadores e não da comercialização dos pacotes de
telefonia. Por isso, o sistema seria uma pirâmide financeira.
Depois
de uma ação da Justiça do Acre que bloqueou todas as negociações da
Telexfree no país, a Polícia de Pernambuco investiga empresas de
marketing multinível que atuam com a promessa de dinheiro fácil e já
estariam agindo na Paraíba. O alvo das investigações agora é a Priples,
com endereço em Jaboatão dos Guararapes (na região metropolitana de
Recife). A empresa é acusada de crime contra a economia popular. Segundo
a polícia, já são 14 queixas de pessoas que se sentiram lesadas após
ingressarem no negócio que pode ser fraudulento.
Durante
entrevista exclusiva ao programa Correio Debate, da 98 FM, o delegado
pernambucano Carlos Couto explicou que a Priples alega ser uma empresa
que promete vendas através de publicidade digital. Porém, ele sustenta
que os primeiros indícios são de que o negócio funcione com a promessa
de dinheiro fácil, com ganhos vindos através de postagens simples e
rápidas na internet, além da indução ao recrutamento de cada vez mais
pessoas, o que caracterizaria a pirâmide financeira.
Pirâmide
financeira ou esquema em pirâmide é um modelo comercial que depende
basicamente do recrutamento de outras pessoas em níveis insustentáveis.
Eles existem há pelo menos um século e atualmente podem estar mascarados
com o nome de marketing de rede ou multinível. O marketing de rede
opera dentro da legalidade e se confunde muito com a pirâmide.
Segundo
o Ministério da Fazenda, o Brasil proíbe qualquer tipo de negócios em
pirâmide. A lei 1.521 de 1951 aponta que é crime contra a economia
popular, com possível punição de 6 meses a 2 anos de detenção, "obter ou
tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número
indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos
("bola de neve", "cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros
equivalentes)".
Diário de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário