Gestores paraibanos sugerem que a reforma política acabe com a reeleição para cargos no Executivo
Prefeitos
paraibanos são a favor da reforma política. Vinte e três deles defendem
o fim da reeleição para cargos do Executivo, o aumento do tempo de
mandato para 5 ou 6 anos, e a unificação das eleições para diminuir os
custos do processo eleitoral.
A reportagem do Correio da Paraíba
ouviu 24 gestores, que correspondem a pouco mais de 10% dos prefeitos
do Estado. A coincidência de mandatos ou unificação das eleições,
defendida por eles, faria com que não ocorressem mais eleições de dois
em dois anos no País. Todas seriam realizadas em um só ano.
Para o
prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), a reforma política
é necessária, mas não é prioridade. “Antes, deve ser feita uma reforma
tributária, porque a União concentra as riquezas em detrimento dos
municípios. Mas como a reforma política está em pauta, sou favorável e
diria que os itens dela precisam ser aprofundados”, disse.
Romero
Rodrigues acredita que a reeleição para o Executivo precisa ser revista,
assim como o aumento do tempo de mandato e a unificação das eleições.
“A coincidência de mandatos seria mais econômico para o Brasil. O
processo eleitoral traz grandes despesas. Esses recursos poderiam ser
investidos em favor da população brasileira”.
O prefeito acha que o
plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff para consultar a
população sobre a reforma é um gasto desnecessário. “Se falamos em
reduzir gastos e unificar os mandatos para evitar uma eleição a cada
dois anos, não há razão para fazer plebiscito. Essa questão pode ser
resolvida pelo próprio Congresso. Os deputados e senadores estão lá para
nos representar”.
Segundo ele, é preciso saber se o povo está
apto a tomar uma decisão como a reforma política. “Acho que nem todo
mundo terá discernimento para saber o que é voto distrital, distrital
misto e simples, por exemplo”.
Questionado sobre o voto
proporcional, distrital ou distrital misto, afirmou: “Só o distrital não
poderia ser, porque nem todo local tem distrito. Uma regra precisa ser
aplicada em um todo. João Pessoa, por exemplo, é uma cidade que não tem
distrito. Por isso, acho que não é uma decisão simples”.
O
prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), disse que o grande
desafio é elaborar uma regra eleitoral que seja permanente. “Esse
debate já vem sendo feito no Congresso Nacional há bastante tempo. Mas
de forma objetiva não percebemos uma lei que possa concretizá-la”.
Luciano
Cartaxo se posicionou favoravelmente ao financiamento público de
campanha. “Acho que isso resolveria boa parte dos problemas que
acontecem durante a campanha eleitoral. É preciso inibir também o
chamado caixa 2”.
Ele afirmou: “Acredito que seria interessante se
pudéssemos ter um mandato um pouco mais elástico e que coincidisse com
as eleições para vereador, deputados, senador, governador, presidente e
prefeito. Ou seja, fazendo uma eleição geral no País”.
PORTAL CORREIO
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