RÁDIO

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Seca interminável agrava crise, e afunda a economia sertaneja

A terrível seca que vem assolando o sertão nordestino nestes últimos três anos, já causou inúmeros danos, e prejuízos incalculáveis a população da região, comprometendo a sobrevivência dos animais, o desenvolvimento sócio-econômico, e forçando o homem a deixar o seu habitat natural, ou seja, aumentando o êxodo rural.

A falta de chuva contínua provou a dizimação de boa parte do rebanho, trucidou a agricultura de subsistência, acelerando o processo de evaporação da pouca água ainda existente nos reservatórios.

Outro carma para a região são as altas temperaturas registradas nos últimos dias, que baixou assustadoramente os lençóis freáticos, fonte de abastecimento para o cultivo e a sobrevivência nas partes de baixios da caatinga sertaneja.

No compasso dos desenganos, é perceptível a queda do PIB sertanejo, assim como a desaceleração da economia local. Em tempos de crise e instabilidade da moeda nacional, acompanhada de uma estiagem interminável que vem arrasando toda a região, é notório o comprometimento dos negócios, e recuo acentuado da produção.

A perda do rebanho, e a extinção das atividades agrícolas, principais fontes de sustentação da economia sertaneja, a recessão gerou um das maiores crise das últimas décadas no interior do nordeste, o que afetou diretamente a geração de emprego e renda.

Com exceção da construção civil, que é fomentada pelas instituições creditícias ligadas aos programas de incentivo a expansão imobiliária, e fácil acesso as linhas de créditos, oferecidas pelo Governo Federal, os outros segmentos patinam nas dificuldades momentâneas, guiadas pelo vento da esperança que tarda em chegar.

A economia dos municípios sertanejos gira em torno do FPF e convênios das prefeituras, que em sua maioria se recente da herança maldita deixadas pelos últimos gestores, e comprometidas pela gastança desacertadas de muitos dos recém empossados.

Num cenário desanimador, o comércio local vive os seus piores dias, com ruas fazias, e funcionários de braços cruzados, esperando a clientela que não vem. Fato raro desde a redenção da economia brasileira, em que o nordestino teve uma acentuada melhora na qualidade de vida e aumento substancial do poder de compra.

No comércio de Catolé do Rocha, cidade que polariza a região do Médio Piranhas, e ostenta o título de oitava economia do estado, a situação é preocupante. Na manhã desta terça-feira, passava das 10h00min, quando constatamos o vazio na Rua Coronel Francisco Maia, local onde está situada boa parte dos estabelecimentos comerciais.

"A coisa já não está das melhores, e com a greve dos bancos, o comércio parou", lastima-se um comerciante catoleense.

Com a greve dos bancos, a Rua Coronel Francisco Maia (Coração Financeiro e Comercial de Catolé do Rocha), estava completamente sem movimento, nesta terça-feira (02), em pleno período de pagamentos de aposentados, pensionistas, assim como os servidores estaduais e municipais - Foto: Portal Catolé News

Diz um velho provérbio sertanejo, que, “além de queda, coice”, fazendo referência a um momento ruim, atrelado a outro. O momento ruim é a seca, que provoca a crise, o outro, é a greve dos bancos que afunda de vez a nossa economia.

Bancos fechados, morosidade nas ações governamentais, liseu no bolso do povo, e um sol escaldante, que torra sem dó e nem piedade o que restou dos arbustos, elevando a temperatura a marcas insuportáveis, que chegam a beirar os 40 graus. Tornaram-se ingredientes desanimadores no cotidiano do cabra da peste.

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, prefaciou Euclides da Cunha, mas diante de tantas adversidades, num vale de incertezas e esperanças perdidas, está cada vez mais difícil a convivência na caatinga nordestina.

Agência do Banco do Brasil, na Praça Getúlio Vargas (início da Cel. Fco Maia) - Foto: Catolé News 

Paisagem dos arbustos queimados pelo sol escaldante (Sítio Santíssimo - Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News

Cordilheiras da parte lesta da cidade, com visão previlegiada do Monte Tabor - Foto: Catolé News

 
Serra do Capim Açu totalmente desfigurada pela vegetação seca - Foto: Catolé News 

Saída de Catolé do Rocha para o Trevo da BR-230, acesso pela PB-325 - Foto: Catolé News

Imponência da Serra do Capim Açu (Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News 

Serra do Bom Nome (Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News

Cordilheira com as Serras do Cajueiro, Bom Nome e Capim Açu (Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News 

Visão longíqua da parte leste de Catolé do Rocha (ao fundo o Monte Tabor) - Foto: Catolé News

Por Humberto Vital / Portal Catolé News

BOM SUCESSO EM FOCO 

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