A terrível seca que vem assolando o sertão
nordestino nestes últimos três anos, já causou inúmeros danos, e prejuízos
incalculáveis a população da região, comprometendo a sobrevivência dos animais,
o desenvolvimento sócio-econômico, e forçando o homem a deixar o seu habitat
natural, ou seja, aumentando o êxodo rural.
A falta de chuva contínua provou a dizimação de boa
parte do rebanho, trucidou a agricultura de subsistência, acelerando o processo
de evaporação da pouca água ainda existente nos reservatórios.
Outro carma para a região são as altas temperaturas
registradas nos últimos dias, que baixou assustadoramente os lençóis freáticos,
fonte de abastecimento para o cultivo e a sobrevivência nas partes de baixios
da caatinga sertaneja.
No compasso dos desenganos, é perceptível a queda
do PIB sertanejo, assim como a desaceleração da economia local. Em tempos de
crise e instabilidade da moeda nacional, acompanhada de uma estiagem
interminável que vem arrasando toda a região, é notório o comprometimento dos
negócios, e recuo acentuado da produção.
A perda do rebanho, e a extinção das atividades
agrícolas, principais fontes de sustentação da economia sertaneja, a recessão
gerou um das maiores crise das últimas décadas no interior do nordeste, o que
afetou diretamente a geração de emprego e renda.
Com exceção da construção civil, que é fomentada
pelas instituições creditícias ligadas aos programas de incentivo a expansão
imobiliária, e fácil acesso as linhas de créditos, oferecidas pelo Governo
Federal, os outros segmentos patinam nas dificuldades momentâneas, guiadas pelo
vento da esperança que tarda em chegar.
A economia dos municípios sertanejos gira em torno
do FPF e convênios das prefeituras, que em sua maioria se recente da herança
maldita deixadas pelos últimos gestores, e comprometidas pela gastança
desacertadas de muitos dos recém empossados.
Num cenário desanimador, o comércio local vive os
seus piores dias, com ruas fazias, e funcionários de braços cruzados, esperando
a clientela que não vem. Fato raro desde a redenção da economia brasileira, em
que o nordestino teve uma acentuada melhora na qualidade de vida e aumento
substancial do poder de compra.
No comércio de Catolé do Rocha, cidade que polariza
a região do Médio Piranhas, e ostenta o título de oitava economia do estado, a
situação é preocupante. Na manhã desta terça-feira, passava das 10h00min,
quando constatamos o vazio na Rua Coronel Francisco Maia, local onde está situada
boa parte dos estabelecimentos comerciais.
"A coisa já não está das melhores, e com a
greve dos bancos, o comércio parou", lastima-se um comerciante catoleense.

Com
a greve dos bancos, a Rua Coronel Francisco Maia (Coração Financeiro e
Comercial de Catolé do Rocha), estava completamente sem movimento, nesta
terça-feira (02), em pleno período de pagamentos de aposentados,
pensionistas, assim como os servidores estaduais e municipais - Foto:
Portal Catolé News
Diz um velho provérbio sertanejo, que, “além de
queda, coice”, fazendo referência a um momento ruim, atrelado a outro. O
momento ruim é a seca, que provoca a crise, o outro, é a greve dos bancos que
afunda de vez a nossa economia.
Bancos fechados, morosidade nas ações
governamentais, liseu no bolso do povo, e um sol escaldante, que torra sem dó e
nem piedade o que restou dos arbustos, elevando a temperatura a marcas
insuportáveis, que chegam a beirar os 40 graus. Tornaram-se ingredientes
desanimadores no cotidiano do cabra da peste.
“O sertanejo é, antes de tudo, um
forte”, prefaciou Euclides da Cunha, mas diante de tantas adversidades, num
vale de incertezas e esperanças perdidas, está cada vez mais difícil a convivência
na caatinga nordestina.

Agência do Banco do Brasil, na Praça Getúlio Vargas (início da Cel. Fco Maia) - Foto: Catolé News

Paisagem dos arbustos queimados pelo sol escaldante (Sítio Santíssimo - Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News

Cordilheiras da parte lesta da cidade, com visão previlegiada do Monte Tabor - Foto: Catolé News
Serra do Capim Açu totalmente desfigurada pela vegetação seca - Foto: Catolé News

Saída de Catolé do Rocha para o Trevo da BR-230, acesso pela PB-325 - Foto: Catolé News

Imponência da Serra do Capim Açu (Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News

Serra do Bom Nome (Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News

Cordilheira com as Serras do Cajueiro, Bom Nome e Capim Açu (Catolé do Rocha) - Foto: Catolé News

Visão longíqua da parte leste de Catolé do Rocha (ao fundo o Monte Tabor) - Foto: Catolé News
Por Humberto Vital / Portal Catolé News
BOM SUCESSO EM FOCO
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