De
olho nas eleições de 2014, a presidente Dilma Rousseff cobrou neste
sábado de 15 dos seus 39 ministros a conclusão de obras consideradas
vitrines para o governo federal na campanha à reeleição da petista.
Dilma pediu que as obras sejam aceleradas para que, até o final do ano,
parte delas seja entregue à população.
A
presidente se reuniu com os ministros por sete horas no Dia de Finados,
no Palácio da Alvorada, para discutir o cronograma de obras nas áreas
de saúde, educação e infraestrutura.
Ao
negar que o objetivo do encontro tenha sido alavancar a campanha
eleitoral de Dilma, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) disse que a
presidente fez "compromissos" à população e agora "chegou a hora" de o
governo implementá-los.
"Isso
tem a ver com resultado de governo. Um governo é eleito, organiza os
seus programas, faz compromissos com a população e tem que prestar
contas. Estamos no momento de prestação de contas e de entregas",
afirmou. "São várias entregas que a presidente cobrou dos ministros para
que agilizassem inclusive alguns resultados e que nós pudéssemos
prestar contas à população", completou a ministra.
Dilma
pediu que cada ministro fizesse um balanço das obras vinculadas à sua
pasta e disse que vai repetir o encontro com aqueles que não estiveram
presentes neste sábado --para discutir outros setores, como agricultura e
esportes, às vésperas da Copa de 2014.
"São
[cobranças] naturais do processo de monitoramento que temos feito
sempre. Vamos ter uma segunda fase de reuniões porque temos ministérios
que não participaram desse processo ainda. Temos outras áreas que serão
analisadas ainda, agricultura, esportes, grandes eventos. A presidente
vai marcar outras reuniões", afirmou Gleisi.
CAMPANHA
A
estratégia do Palácio do Planalto é acelerar as obras para que Dilma
tenha o que mostrar na sua campanha à reeleição. Nos últimos meses, a
questão eleitoral ganhou força com a união da ex-senadora Marina Silva
com o governador Eduardo Campos (PSB-PE), antigos aliados da petista que
devem se lançar na corrida ao Palácio do Planalto.
O
senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável adversário da presidente,
também começou a fazer viagens pelo país, com acusações de paralisia do
governo em diversos setores --especialmente na área de infraestrutura.
O
ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse que a reunião, em pleno
feriado, não foi emergencial ---mas de cobrança para que as ações do
governo sejam agilizadas. "Ela só quer que as coisas aconteçam, está
preocupada, perguntou especificamente de alguns programas, como o Mais
Médicos, se os médicos estão chegando, vão ser alocados nos lugares onde
precisa e a população vai ser atendida. Foi nessa linha", disse
Bernardo.
Entre
as obras que Dilma pretende inaugurar, Gleisi citou unidades básicas de
saúde, aumento de profissionais do programa Mais Médicos, casas do
Minha Casa, Minha Vida, além do Pronatec --programa de capacitação
profissional do governo federal.
Segundo
Gleisi, as datas de inaugurações serão definidas de acordo com as
agendas de Dilma e dos ministros ligados à obra. "As agendas vão ser
organizadas de acordo com as entregas não só delas, mas dos ministros,
como são normalmente no governo."
MARCO CIVIL
Questionado
sobre o Marco Civil da Internet, que deve ser votado esta semana na
Câmara, o ministro Paulo Bernardo voltou a defender a neutralidade de
rede como um dos principais pontos de interesse do governo.
A
chamada 'neutralidade' é o que faz com que as empresas de
telecomunicações tenham de vender pacotes para acesso de dados sem
discriminar o conteúdo.
Pelo
modelo que as empresas do setor defendem, o novo marco deveria permitir
que o consumidor comprasse pacotes de acesso à internet segmentados, ou
seja, que dessem mais velocidade e capacidade para as ferramentas
preferidas dos usuários, como download de vídeo, acesso a e-mails ou
jogos on-line, por exemplo.
O
ministro disse também que o governo segue defendendo a obrigação das
empresas de internet, como Google e Facebook, manterem no país uma
infraestrutura de Data Center. Ao ter essa estrutura no Brasil, os dados
de acessos dos usuários e suas informações ficam armazenadas em
território nacional, o que, segundo o governo, reduziria casos de
espionagem.
Da Folha Online
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