Cássio
Cunha Lima (PSDB), que teve o mandato de governador da Paraíba cassado
em 2009, figura na lista dos oito ex-governadores que recebem
aposentadoria vitalícia do Estado. Além deles, seis ex-primeiras-dama
também recebem o benefício. O pagamento não é ilegal, de acordo com as
leis estaduais, mas mostra o quanto as pensões são controversas.
De acordo com o
que determina a Constituição da Paraíba, o valor da pensão é equiparada
ao salário do governador, que é atualmente no valor de R$ 18.300. Com
base nisso, o impacto das aposentadorias dos ex-governadores nos cofres
do Estado é de R$ 1,7 milhão ao ano. Com as pensões das viúvas de
ex-governadores, o valor chega a R$ 3,3 milhões.
Cunha Lima foi
cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral por abuso de poder econômico e
político nas eleições de 2006. Ele já havia sido governador na gestão
anterior a de sua cassação, de 2003 a 2006. Ele recebe o valor referente
à aposentadoria desde o dia 1º de janeiro de 2007.
O pai de Cunha
Lima, Ronaldo Cunha Lima (PSDB), que também foi governador da Paraíba
(1991-1994), também é beneficiário da aposentadoria vitalícia. Durante
sua gestão, em 1993, ele foi acusado de tentar matar o também
ex-governador Tarcísio Burity em um restaurante da capital paraibana. O
caso tramita no 1º Tribunal do Júri de João Pessoa. A viúva de Burity,
Glauce Maria, também é uma das contempladas com a pensão e recebe o
benefício do governo do Estado desde julho de 2003.
Dos oito
ex-governadores agraciados com a pensão, quatro deles permaneceram à
frente da função de governador do Estado por menos de um ano. O que
passou menos tempo foi Dorgival Terceiro Neto, que era vice e assumiu
quando Ivan Bichara deixou o governo em 1978. Ele ficou no cargo por
apenas sete meses.
Os outros cinco
ex-governadores que recebem o benefício são Roberto Paulino (2002),
Cícero Lucena (1994), José Maranhão (1995-2002 e 2009-2011), Milton
Bezerra Cabral (1986-1987) e Wilson Braga (1983-1986).
Além dos ex-governadores, os cofres públicos também pagam pensão a 71 ex-deputados estaduais e a 79 viúvas de parlamentares.
A Ordem dos
Advogados do Brasil da Paraíba (OAB-PB), seguindo recomendação da
entidade nacional, vai reunir a Comissão de Nepotismo e Improbidade
Administrativa da Casa para discutir o pagamento dos benefícios, que
contraria a Constituição de 1988. De acordo com a OAB, o pagamento das
pensões fere principalmente os princípios constitucionais de moralidade e
da isonomia.
Fonte: Último Segundo
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