O senador Cássio Cunha Lima finalmente rompe o
silêncio em torno do tititi sobre uma eventual candidatura sua ao
governo do Estado. E admitiu a possibilidade do seu nome ser trabalhado
pelo partido. Teria sido precipitação? Ele não escondeu um “desejo de
reparação” diante de um mandato interrompido pela cassação. O que isso
pode significar?
Não há como negar, pode significar que ele esteja sinalizando
para um possível rompimento futuro com o governador Ricardo Coutinho
para sair candidato ao governo pelo PSDB. Embora sempre fazendo questão
de dizer que é cedo para definições, Cássio deixou claro, nesta
segunda-feira, que o compromisso que ele tinha com Ricardo Coutinho foi
selado para aquela ocasião, 2010, não significando que seja extensível a
outras campanhas políticas Ele disse que o partido fará “avaliação” do
governo de Ricardo, mas o que pesa, mesmo, é uma definição da Justiça
sobre se ele é ou não inelegível. Até essa definição sair, tudo será
apenas especulação e “moído”.
De qualquer forma, embora ainda não haja decisões em torno de
candidatura a governo, as declarações que o senador tanto tentou evitar
podem desencadear um mal-estar entre tucanos com cargos no governo. Não
há motivo – ainda – para Ricardo demitir os tucanos, nem estes pretendem
entregar seus cargos, como deixou claro Ruy Carneiro. Mas há, sim,
motivo para o atual governador ficar com o pé atrás. Afinal, o seu
desempenho está sendo avaliado, foi o que Cássio deixou claro, e isso
não é nada confortável. É como se a aliança que elegeu Ricardo
estivesse, agora, sob uma condicional indigesta.
Certamente que esta não deve ter sido a intenção de Cássio ao
afirmar que seu nome pode constar como candidato a governador pelo PSDB.
Talvez ele quisesse apenas romper um silêncio para ser melhor
compreendido, dizer que é natural que o partido queira ter um candidato,
mas não necessariamente que vai tê-lo. Talvez ele quisesse apenas
deixar claro que não existem amarras para o futuro, mas que nada obsta o
fortalecimento da atual aliança. Talvez ele quisesse conferir prestígio
ao seu partido, sem necessariamente diminuir a importância do partido
aliado.
Talvez. Em todo caso, foi uma primeira bomba. Que pode inflamar
ânimos, explodir em grandes estragos ou apenas ferir de leve alguns mais
sensíveis.
A campanha está começando.
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